Este Blog conterá a história de minha família, bem como narrações de fatos pitorescos e interessantes ocorridos pelas gerações. Famílias: Addeu e Miorin (famílias ascendentes: Addeo, Naddeo, Nadeu, Sabbeta, Corsini, Bacete, Doratiotto, Visentin, Gaeta, e outras). Acima estão as montanhas de pedras brancas dolomíticas. Maravilha do norte da Itália. Se quiser falar comigo, abaixo das postagens, clique em comentário e deixe sua mensagem.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Escrever a ponta do Iceberg

Quando algum escritor escreve sua história, certamente ali está somente a ponta do iceberg. O que quero dizer com isso? Todos conhecem um iceberg: um imenso bloco de gelo que fica flutuando nos mares gelados. O curioso é que apenas uma parcela dele emerge. Quando se vê, no mar, um iceberg, vemos apenas a ponta dele fora da água, 10% (dez por cento) de seu real tamanho. A maior parte dele está submerso, fora do alcance dos nossos olhos. É uma montanha de gelo, e só vemos sua ponta.

Assim também é o historiador que escreve e que conta suas histórias. Apenas uma parte da história aparece aos olhos dos leitores. O texto fica ali, para que todos leiam, mas as lembranças mais profundas, a grande situação de época de onde brotaram o fato narrado, as memórias, a descrição exata e colorida de uma época especial... tudo isso, se o escritor fosse externar, muitas vezes um simples artigo se transformaria num livro. Não é só isso. Muitas vezes o escritor oculta situações ou fatos que não pode tornar público, mas que faz parte de toda uma certa situação que só mesmo quem viveu isso é que pode saber.

Mesmo assim, quando o escritor é bom, ele consegue transportar o leitor para a época de onde surgiu o fato narrado, e lendo o leitor consegue entender coisas que não leu, sentindo tudo completamente como se fosse um sonho. Alguém leu um conto, entendeu o que leu e também entendeu para além do que foi escrito. E às vezes, em pensamentos, até viaja para a época ou situação do conto narrado. Realmente tem escritores que escrevem com as mãos, e outros que escrevem com o coração.

Por mais que eu escreva neste blog os vários fatinhos que ocorreram na minha família, jamais vou conseguir registra-los todos e com a riqueza de detalhes que merecem, porque são infindos, porque são também tão especiais. Torna-se difícil, muito difícil escrever trazendo-os do passado remoto ao presente com o mesmo sabor e riqueza de detalhes que tiveram outrora. Ouvir o que nossos avós e bisavós disseram, ao vivo, com o sabor histórico de sua vivência, o convívio com os mais antigos da família, é coisa que não tem como reproduzir com exata fidelidade de sentimento, e muita coisa acaba sendo deixada sem ser escrita... Quem viveu tudo isso, como eu vivi e muitos ainda de minha família também, sabe o quanto há de história para contar... e quanto há de verdade no que falo.

Mesmo com a falta de tempo que eu tenho, estou procurando ser muito fiel aos fatos e fatinhos familiares. Inicialmente pensei que esta história transformada em livro teriam 5 (cinco) volumes: O PRIMEIRO VOLUME com breve história de São Paulo e do Bairro da Mooca (para onde vieram meus ancestrais), falando no decorrer dos tempos modernos sobre meus pais e seus filhos; O SEGUNDO VOLUME com a história do lado paterno de meu pai; O TERCEIRO VOLUME com a história do lado materno do meu pai; O QUARTO VOLUME com a história do lado paterno de minha mãe; e, finalmente o QUINTO VOLUME com a história do lado materno de minha mãe.

Porém aconteceram três coisas:

A primeira, é que com meus estudos históricos sobre a família e as cidades, descobri tantos fatos novos com os quais fiquei admirado pela qualidade de texto e quantidade de coisas interessantes e que ajudariam a criar o ambiente antigo.

A segunda, é que depois que comecei a fazer o blog da família e tornar alguns fatos públicos, começaram a aparecer parentes distantes que eu não tinha contato e que me enviaram tantas outras coisas sobre nossa família que, me impressionou também pela quantidade de fatos, histórias familiares e documentos raros. Vieram de todos os ramos familiares do Brasil e da Itália.

A terceira, é que os meus parentes mais próximos, que antes me enviavam algum documento e alguma história que conheciam, ao ler o blog (atualmente com mais de 20.000 visitantes pelo mundo todo), começaram a enviar muitas novas contribuições, riquíssimas em detalhes e narrando situações que eles presenciaram e eu não conhecia. E não bastasse isso, amigos da família também enviaram noticias, fatos e histórias que enriqueceram de forma especial o livro.

O que fazer com tão excelente material, porém com tão pouca falta de tempo para organizar, classificar, separar, escrever corrigir, etc?

Dessa forma eu pensei: “Tem que continuar sendo cinco volumes, vou ter que condensar os textos. Mas com certeza serão volumes grossos...” Muitas fotos, muitos documentos, alguns desenhos, depoimentos...

Como agradecer a tanta gente? Como agradecer a imensa alegria?  Difícil responder. Com certeza Deus recompensará a todos e dará a cada um, em especial, muita saúde, felicidades, e todas as graças e bênçãos reservadas aos mais amados por Ele.


Foto retirada da internet, desconheço o autor