Este Blog conterá a história de minha família, bem como narrações de fatos pitorescos e interessantes ocorridos pelas gerações. Famílias: Addeu e Miorin (famílias ascendentes: Addeo, Naddeo, Nadeu, Sabbeta, Corsini, Bacete, Doratiotto, Visentin, Gaeta, e outras). Acima estão as montanhas de pedras brancas dolomíticas. Maravilha do norte da Itália. Se quiser falar comigo, abaixo das postagens, clique em comentário e deixe sua mensagem.

sábado, 7 de julho de 2012

Eugênio Miorin e os Trens


“Dizem que assentaram os trilhos nos Alpes entre Viena e Veneza, antes que houvesse um trem para fazer o trajeto, mas mesmo assim, construíram. Eles sabiam que um dia o trem chegaria.”

Jamais escondi minha admiração pelos trens. Não só pelos trens, mas pelas pitorescas estações de trens que hão no interior da cidade de São Paulo. Já utilizei vários tipos de trens, desde os mais simples até os modernos, no Brasil e no exterior. Os trens muito antigos têm o piso de assoalho de madeira pesada (estão para exposição). 

Algumas máquinas movidas a vapor, ainda funcionam. Os trens modernos atingem uma velocidade muito grande. Um trajeto de Verona até Roma pode levar de três até sete horas, depende do tipo de trem escolhido. Ainda há nesses trens os locais de primeira classe e de segunda classe e os preços variam muito. Em toda a Europa os trens são muito utilizados. O trem que utilizei para cruzar a Itália de Norte a Sul, tinha serviço de lanches a bordo, um vagão lanchonete, fones de ouvido nos bancos estofados e confortáveis (com controle para  escolher a estação de rádio que você quiser ouvir) e ainda tela para vídeo se preferir assistir um filme. O que mais me interessou foi a janela do trem, por onde eu via atentamente a terra dos meus bisavós.

Onde há um museu de trem, lá estou eu. Encontrei muitas raridades históricas. E junto com os trens vinham as histórias pelas quais sempre me interessei. Porém os trens que eu mais gostei foram os trens de longo percurso, onde há vagões restaurantes, vagões dormitórios, vagões salas de jogos, e os vagões normais. Os trens à vapor são magníficos. 

Conheci a maravilhosa história da “São Paulo Raiway Company”, cujos trens exploravam o tráfego entre Santos e Jundiaí (Estado de São Paulo). Conheci muitos trens a vapor, que são conhecidos como “Maria Fumaça” na região de Paranapiacaba, no ponto mais alto da Serra do Mar do Estado de São Paulo, onde está instalada, entre as montanhas e neblinas, uma cidade tipicamente inglesa, com até uma réplica em tamanho menor do Big-Ben inglês. Muita gente pensa que Big Ben é o nome da torre ou do relógio famoso que há na Inglaterra, mas não é isso. Big Ben é o nome do sino que tem na torre e que pesa 13 toneladas.

Um dia, sentado na escada da casa onde eu morava, de frente para o quintal onde havia muitas árvores, plantas e vários pequenos animais de estimação, meu avô materno, Eugênio Miorin (filho dos imigrantes Antonio Miorin e Ângela Doratiotto), calmamente, como era sempre do seu feitio, sentou-se ao meu lado e pegou seu cigarro de palha para fumar.

Eu era uma criança que ainda não tinha nem os dez anos de idade. Olhei para ele e observei seus os olhos verdes escuros olhando ao longe. Foi então que ele me falou: “Quando chegamos aqui na capital de São Paulo, por um curto espaço de tempo, trabalhei na construção de linhas de trens. O trabalho era muito penoso e o chefe gritava muito para que trabalhássemos sem parar, não dava para agüentar. Depois disso, consegui emprego na Companhia de Gás e então o serviço era bem mais leve.” Ele me contava isso e seu olhar ia longe como se esses fatos estivessem passando diante de seus olhos. Isso fazia com que sua narrativa tivesse um sabor de realidade muito profundo.

Ainda criança, gostava de andar na companhia de meu avô. Ele sabendo que criança gosta de brincar, pegou duas pequenas sacolas e me chamou para ir junto dele até a linha de trem que havia perto da nossa casa. Nessas caminhadas ele me contava muitas histórias da nossa família. Eu ouvia e guardava tudo isso comigo, sem saber que muitos anos mais tarde eu teria que me lembrar das narrativas para escrever a história de minha família. Bem próximo dos trilhos havia muito capim, que ele me ensinou a cortar e colocar na sacola. Ele fazia isso para me agradar. Depois de ter conseguido um tanto razoável de capim, voltávamos para casa para dar de comer aos coelhos.

Imaginem, se eu não gostava disso!!! Que criança não se divertiria vendo os coelhos comendo aquele capim verdinho que havíamos trazido para eles.

Devo registrar ainda, que um dos brinquedos que eu mais gostava, ganhei de meus pais no natal, na minha mais jovem infância: Uma caixa muito grande, onde havia uma miniatura de um trem, com vários vagões fechados e abertos, de várias formas e tamanhos, e ainda um conjunto de trilhos que se encaixavam formando um trajeto ferroviário com curvas e retas.

A miniatura, que funcionava com pilhas, era muito bem feita e maravilhava as crianças e os adultos. Anos mais tarde, olhando em galerias do centro de São Paulo,  encontrei réplicas em miniaturas de trens e vagões espetaculares do mundo todo, mas estes já não eram para crianças, e sim para adultos colecionadores, e eram muito caros.

As fotos que estão nesta postagem fazem parte de minha coleção de cartões telefônicos históricos. As empresas telefônicas que venderam esses cartões são: Sistema Telebrás e CTBC.

Recomendo que assistam esse pequeno vídeo:

http://www.youtube.com/watch_popup?v=6VAuPPufNro

Garanto que vão gostar muito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário