
O Italiano em si não gosta de
guerras, porém quando se trata de defender sua pátria ou sua família, é muito
unido e forte. Mas em que época não teve guerras na Itália? Invadida por vários
povos, turbilhões revolucionários, guerras entre reinos internos... Porém uma
guerra foi o suficiente para lançar não só a Itália, mas toda a Europa numa
crise tremenda: a Revolução Francesa. A história nos conta fatos terríveis de
perseguição à Igreja e ao Papa. E nesse ponto, não há católico como o italiano.
Quando Napoleão invadiu a Itália, propondo seus ideais revolucionários de
tornar-se o ditador soberano, os italianos resistiram bravamente. Minha família
já havia recebido honrarias em outras épocas por ter defendido a Igreja
Católica e o Rei. Agora com a ameaça de Napoleão, tornou-se evidente que a
resistência italiana foi pesada, mesmo por que Napoleão havia prendido o
próprio Papa e destronado o Rei de Nápoles para colocar em seu lugar José
Bonaparte – seu irmão.
Consta na história que todos os
italianos lutaram, desde os mais humildes – e minha família estava junto nessa
guerra. Mas foram os calabreses que fuzilaram José Bonaparte. Eu já contei com detalhes essa
história no postagem que fiz:

A crise veio forte, para castigar
um povo católico e heróico. Quem produzia alguma coisa, não conseguia vender.
Meu Tri-avô Francesco Miorin era casado com Celeste Visentin (também pronunciado como Visintin), que tinha uma família numerosa (tanto na Região
do Vêneto, quanto na Região de Friuli-Venezia Giulia), era produtor de uma coisa muito utilizada naquela época: Cordas, entre outras coisas. As cordas fabricadas por ele eram feitas de fibras vegetais plantadas em suas terras, assim como a "corda de sisal". Francesco Miorin começava a ficar
preocupado, com seus negócios. Estava com dificuldade até para negociar com os
austríacos. Toda a família sentia a grave crise. Nas cidades vizinhas, de onde vieram meus outros ascendentes a vida
também estava difícil. Paschoal Doratiotto tinha dois filhos: Giovani e Guiseppe. Desses dois filhos brotaram dois grandes ramos dos Doratiotto no Brasil. Paschoal (meu tetra-avô), já idoso, sentia a terrível crise financeira que abalava a Europa (que mais tarde eclodiria a Grande Guerra); seu filho Giuseppe Doratiotto (meu Tri-avô) que morava em Treviso (Região do
Vêneto) trabalhava como cozinheiro num seminário para poder sustentar sua
família, mas a vida estava difícil. Giuseppe tinha uma casa numa praça, onde
vivia com sua esposa Santa (da família dos Bacette) e seus filhos – entre esses filhos minha bisavó
Ângela Doratiotto (que depois, já aqui no Brasil, veio a casar-se com meu bisavô Antonio Miorin). A Praça que moravam era muito bonita e tinha uma igreja no
meio, segundo me contou minha própria bisavó.
De repente aparece a oportunidade
de imigrar para a América. Muitas propagandas noticiavam que o paraíso estava
na América, e que lá havia muitos empregos e grandes oportunidades. A Europa
estava em crise, final do século XIX, quase iniciando o século XX e, em
alguns anos, adentrava na primeira guerra mundial. Uma terra nova! Uma vida
nova! Longe de guerras! Longe de crises! Paz para as famílias! A viagem para a
América tornou-se uma febre.

A despedida geralmente era numa
igreja, onde assistiam a última missa em solo italiano, confessavam-se,
comungavam, casavam-se quem ainda não fosse casado... E a todos o padre abençoava.
O apito do trem toca, era sinal
de que haviam de partir. Todos embarcam às pressas, para não perder a viagem,
correm pegar as crianças que estavam brincando, reúnem as pesadas bagagens,
baús de madeira pesados, empurram-se para dentro do vagão de trem e espremidos
procuram um lugar na janela, para poder olhar pela última vez para seus
parentes que ficavam... uma última lágrima... Alguns gritavam: “nos
re-encontraremos no Paraíso”.

Havia notícia de que um navio
já havia afundado, morrendo todos os tripulantes. Isso preocupava a todos, pois
enfrentar o mar bravio e desconhecido, em busca de uma terra nova causava temor. Mas com fé no coração, esses nossos bravos antepassados, olhando para o alto, confiavam em Deus e partiam cheios de esperança em busca de uma vida melhor.
Consta no livro “Trajetória dos
Imigrantes” da Casa da Imigração de São Paulo, que os italianos embarcavam nos
navios cantando: “partimos com nossa
honra”... isso por que jamais cederam às revoluções anarquistas que sacudiram a
Itália. Consta também que, nos navios, o heróis imigrantes – iam rezando seus
terços.
Ola...meu nome é Adailton Miorin. Gostaria de obter informações, registros, textos e relatos históricos sobre a minha descendência (de minha família. Encontrei essa postagem na net e achei interessante. Há algo mais que possa enviar-me???
ResponderExcluirDesde já, agradeço e gentileza e disponibilidade!